terça-feira, 15 de novembro de 2011

A audiência pública, o dinheiro em vista e os problemas a sumir de vista.


dedonaferida

Participei nesta segunda-feira (14/11), da audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Capela Nova, para decidir o destino da “verba extra” adicionada ao Orçamento 2012 para municípios de até 50 mil habitantes. Caberá a Capela Nova, conforme antecipei no artigo anterior, um valor de até R$ 300 mil, que poderão ser aplicados em projetos nas áreas da educação, saúde e infraestrutura.

Tal audiência, que era requisito legal para disponibilização da cifra, (ou seja, sem ela: blau-blau nicolau) aconteceu às 17:00 horas, nas dependências da Escola Municipal Vigário José Duarte e reuniu, entre vereadores e cidadãos, a enorme quantidade de 34 pessoas. Menos de 1% do eleitorado capelanovense. Falha de divulgação? Desinteresse da população? Mesmo tendendo a crer na possibilidade da segunda alternativa, vou insistir na primeira como resposta. Alguns dirão que foi culpa da chuva…

Iniciada a reunião, foram apresentadas algumas (muitas) alternativas nas áreas cabíveis, para aplicação do dinheiro. A partir daí, pude presenciar um valoroso debate (às vezes, embate) de ideias, infelizmente nada comum em nossa cidade. Alguns dos cidadãos presentes, apresentaram um verdadeiro turbilhão de problemas aos nossos representantes legislativos, que ficaram, na maior parte do tempo, encurralados e sem contra-argumentos convincentes.

Foram apontadas necessidades como as de um prédio maior e mais moderno para o ensino básico (que hoje é alugado e por razões legais não pode ser reformado), ampliações e reformas na unidade de saúde, disponibilização de profissionais e equipamentos de saúde, atenção ao ignorado esporte, rede de esgoto, (re)pavimentação de ruas e apoio à decadente e inassistida área agrícola, políticas de geração de empregos, dentre outros.

Nenhum dos presentes renegou avanços, assim como nenhum dos presentes (re)inventou a roda. Tudo o que foi apontado está na ponta da língua de qualquer cidadão consciente. Os velhos e tradicionais problemas, estranhamente encarados como novidades, por quem é escolhido e pago para identificar, pensar e propor soluções.

O anseio dos presentes em expor as necessidades somados às discussões geradas em cada um, estendeu a assembleia a quase 2 horas e meia de duração. O mesmo anseio, por vezes, também levou à perda do foco da reunião: Definir o ONDE gastar de não se sabe QUANTO, não se sabe QUANDO, pois o texto do relator do orçamento não dá garantias de valores exatos, tampouco datas.

Expostos problemas de curto, médio, longo e infinitos prazos, deu-se início à votação do destino do recurso. E no frigir dos ovos, ficou decidido que a “verba” terá o destino que teria se não houvesse decisão alguma: vai para a SAÚDE, com 22 votos. Os demais votos foram 11 para Infraestrutura e (acreditem!) 1 para educação.

Pouco dinheiro para tantas necessidades. De qualquer forma, valeu o espaço, as ideias, a discussão e principalmente, a demonstração que ainda há pessoas que se importam  e buscam zelar  pelo nosso município. Que não seja uma luz propriamente dita, mas pelo menos uma brasinha, ainda há no fim do túnel. Espero sinceramente que nossos representantes não se intimidem e que não seja preciso de uma exigência legal para que proporcionem muitas outras oportunidades como esta. Ficou claro que bons frutos podem render. A partir daí fica a cargo da VONTADE POLÍTICA.

Em relação aos R$ 300 mil, que venham realmente e integralmente! Que sejam bem empregados na saúde (que é uma área que sempre precisa) e que sejamos informados em QUE, QUANTO e QUANDO , foram utilizados. É o mínimo que se espera em uma sociedade democrática de fato.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

População de Capela Nova decresce… Por que será?

Li recentemente no site Capelanews, uma matéria que trazia o título: “População de Capela Nova decresce”. Conforme já há algum tempo venho observando as informações do IBGE relacionadas a nosso município, resolvi aproveitar a deixa dos insossos números apresentados pelo folhetim, para trazer à tona, uma pequena análise que fiz.

Obviamente, não sou estatístico, tampouco sociólogo e a carência de dados importantes impedem uma projeção com características científicas de fato, mas o objetivo principal, é proporcionar reflexão sobre um tema importante. Acredito que para isso, os dados apresentados, são suficientes.

Capela Nova sofreu decréscimo populacional não apenas nos últimos anos. Em uma escala evolutiva, tivemos um pequeno aumento entre 1970 a 1980, e de lá pra cá, uma diminuição linear vem marcando década a década, em uma proporção que atinge hoje, uma queda de 12% em relação à maior população registrada.

Pop_decadas

Os números apresentados no último censo, também apontam a continuidade da tendência inversalmente proporcional entre diminuição da população rural e crescimento da população urbana no mesmo período. E entre a década de 70 até o último censo (2010), proporcionalmente, cerca de 32% da população rural capelanovense, migrou do campo para a cidade:

Pop_urbXrural

De forma genérica, podemos concluir que a população rural vem abandonando o campo, no movimento conhecido por êxodo rural, porém, não se fixando na área urbana do município. Pelo menos, não maciçamente. Pois, nesse caso, haveria inversão de área populacional (diminuindo no campo e aumentando na cidade), mas haveria também aumento ou estabilização geral populacional e no entanto, o decréscimo habitacional é constante.

Mas então, o que poderia estar causando esta constante diminuição populacional em nosso município? Estaria a morte superando a vida e causando a extinção de nosso povo?

Cheguei a cogitar ir ao cartório pesquisar os registros de óbitos e nascimentos nesse período, mas não precisei de tanto. No site do Ministério da Saúde, através do sistema DataSus, consegui alguns dados relativos ao período 2002 – 2008, que me satisfizeram parcial e proporcionalmente para responder tais perguntas. (Na verdade entre 1999 a 2008, mas conforme não havia registros de óbitos entre 99 a 2001, optei por usar apenas o período completo).

Se entre 2002 a 2008, tivemos 396 nascimentos contra 242 óbitos, e felizmente, nos anos anteriores não houve nenhum surto epidemiológico que ocasionasse falecimento em massa da população, proporcionalmente, a taxa de nascimentos cobre e supera os óbitos anuais (154 nascimentos a mais – ou 39%), descartando assim, a possibilidade de diminuição populacional causada pela suposição supra mencionada.

Nasc_Obit
Tot_Media_Nasc

Descartada então, a hipótese da morte justificando a diminuição populacional, pergunto novamente: Qual seria a razão do decréscimo de nossa população? Seria uma tendência geral de pequenos munícipios diminuirem sistematicamente através das décadas?

Na busca pelas respostas, estendi então minha pesquisa a alguns municípios vizinhos, cuja população não diferice muito da nossa realidade. Utilizando dados entre 1991 a 2010, obtidos no site IBGE Cidades, foi possível traçar o gráfico a seguir:

Evol_Cidades

Nele, vê-se claramente que, à exceção de Capela Nova, que decai linearmente década após década, os demais municípios, mesmo variando em determinadas épocas, de um modo geral, aumentaram sua população, o que desmitifica a hipótese da “tendência geral de diminuição”. Embora possa ocorrer em muitos locais Brasil afora, esta é uma situação nossa. Restrita, entre aspas, ao nosso município. Não se trata de mortandade, tendências regionais ou afins. Os outros crescem enquanto nós diminuímos.

UM VALE MUITO

Qual a importância de manter uma população municipal crescente? Parece óbvio, e é. Uma população maior demonstra desenvolvimento e proporciona desenvolvimento. As maiores fatias do “bolo” governamental são destinadas àqueles que crescem mais e de um modo simplista, cresce mais quem recebe mais.

Por exemplo, o relator do da Lei Orçamentária Anual, Arlindo Chinaglia, reservou R$2,2 bilhões do orçamento de 2012 para que municípios com até 50 mil habitantes, apresentem projetos nas áreas de saúde, educação e infra-estrutura e recebam entre R$300 mil a R$600 mil, de acordo com o tamanho da população:

Municípios até 5.000 habitantes – até R$ 300 mil
Municípios de 5.001 a 10.000 habitantes – até R$ 400 mil
Municípios de 10.001 a 20.000 habitantes – até R$ 500 mil
Municípios de 20.001 a 50.000 habitantes – até R$ 600 mil

Sentiu o drama? Com 5 mil e UM habitantes essa tal verba poderia ser de R$100 mil a MAIS. E com certeza, fariam bastante diferença. Este é apenas um exemplo, mas é por aí que as coisas funcionam. Já ouviu aquele ditado: “as águas jorram pra rio grande”? Então… É assim mesmo que funciona.

E como conter uma diminuição histórica sistêmica e proporcionar crescimento? Como aumentar novamente a população de nosso município?

A diminuição é histórica porque o descaso das autoridades locais é também histórico. Nunca na história deste munícipio, foram realizadas ações que proporcionassem um desenvolvimento populacional efetivo. Aqui, a “empregabilidade” sempre girou em torno do rodízio de funcionários da prefeitura, (de acordo com os interesses da ocasião), alguns poucos comércios (dada uma ou outra exceção, de sustento próprio), outros poucos serviços autônomos e só. Tudo de acordo com um mercado estagnado e sem perspectivas de crescimento.

Não tenho dados estatísticos consolidados, mas apostaria um braço, que a maioria esmagadora daqueles que deixam o município está na faixa dos 20 a 35 anos, em busca de oportunidades de crescimento pessoal e melhoria econômica familiar. E apostaria outro braço que dessa faixa, a maioria esmagadora, nunca mais volta a morar aqui. Isso quando não leva embora o resto da família. E assim, ano após ano, a população que poderia trabalhar no desenvolvimento local, vai buscar oportunidade de crescimento pessoal longe e medida alguma é tomada para reverter tal quadro. A juventude capelanovense é um aglomerado de retirantes em um pau-de-arara, fugindo da seca e buscando oportunidades longe de casa.

É preciso que os próximos a se aventurarem na política (sejam eles das linhagens reais, ou não), abandonem a retrógrada e emblemática imagem do “político do interior”, abram mão da pompa e garbo e não se limitem ao “feijão com arroz”  de sempre. Mudar o quadro de funcionários, trocar os prestadores de serviço e fornecedores e distribuir corretamente (às vezes, nem isso) a verba de pagamentos, definitivamente, não é administrar.

Precisamos de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento local. Projetos que fortaleçam e incentivem o crescimento do comércio. Iniciativas que abram portas a novos horizontes. Turismo. Artesanato. Produção Agrícola. Serviços. Há um Brasil crescendo em contrapartida de um município que diminui. E não é de hoje. Já são 30 anos descendo escadas. É preciso criar oportunidades de crescimento. Sentar atrás de uma mesa para mandar ou ir em reuniões mensais que não criam leis, projetos ou não decidem nada, é fácil. E isso, já está provado que não funciona. S.O.S. Capela Nova. Enquanto dá tempo…

domingo, 18 de setembro de 2011

Festa de Nossa Senhora das Dores, homenagens a quem de direito y otras cositas más

Aconteceu nesta quinta-feira, 15 de setembro, a tradicional festa católica de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Capela Nova. Concomitante às festividades, comemorou-se também o Jubileu de Prata do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis. 

Muitos fiéis acompanharam a procissão com a bicentenária imagem de Nossa Senhora das Dores e em seguida, houve a missa concelebrada por bispos e padres que vieram participar das festividades. Nada sofisticado, porém muito bem feito e muito bonito.


Em seguida aos atos religiosos, na presença e com a participação de várias autoridades políticas locais e regionais, foram prestadas diversas homenagens a Dom Raymundo, filho ilustre de Capela Nova, Cardeal, Arcebispo de Aparecida, Presidente da CNBB, Secretário Geral e Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, pelos seus 25 anos de ordenação episcopal, dedicação e serviços à igreja e à comunidade.

Reconhecimento justo a quem merece. Dom Raymundo, através de seu competente trabalho vocacional (e por que não dizer, profissional?) leva o nome de nossa pequena cidade ao mundo e dela nunca se esqueceu. Em meio às suas contribuições para o crescimento de Capela Nova, corre à boca pequena, sua decisiva participação no episódio do anúncio do sonhado asfaltamento da MG-275 durante o governo Aécio Neves.

E por falar em Aécio, vale lembrar alguns pontos interessantes relacionados ao Jubileu de Prata de Dom Raymundo em Capela Nova: o hoje, senador Aécio Neves, anunciado e alardeado como “furo”, pela psedo-imprensa digital, realmente "furou" e não estava em meio às autoridades políticas presentes. Tampouco o governador Antônio Anastasia. Também não vieram manifestantes, nem para reivindicar salários, nem para avacalhar uma festa de caráter religioso, conforme sugerido irresponsavelmente nas redes sociais. Coincidentemente, no momento da festa, o Ministério Público pedia à Justiça a ilegalidade da greve de professores em Minas. O pedido foi deferido. Não é mesmo interessante? Por fim, os 15 mil esperados, também anunciados pela mesma pseudo-imprensa nostradâmica, se perderam pelo caminho, mesmo assim um bom número de fiéis participaram desta importante data, no calendário de nossa cidade. Ficou de bom tamanho.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Seja Bem Vindo a Capela Nova. Conheça nossa Cultura. (Mas procure bastante…)


Sempre que chego a Capela Nova e vejo essas placas na entrada da cidade, sinto um certo incômodo. Os motivos desse incômodo, exponho a seguir.

A cultura é o conjunto de manifestações sociais, é a identidade de um povo, sua língua, seu sotaque, suas gírias, músicas, crenças, política, economia, comportamentos e até idéias, ou seja, todo o conjunto de expressões e relacionamentos de determinado povo ou civilização.

Certamente que Capela Nova, ao longo de sua história, produziu e tem seu acervo cultural que lhe faz única e rica neste aspecto. Entretanto, ao longo dos anos, essa nossa cultura vem sendo abandonada, esquecida, isolada. E o pior, é que nem se trata de uma “fusão cultural” regida pela globalização. O isolamento cultural que abordo, diz respeito tanto à escassez das manifestações artísticas em geral, que vão desde o artesanato (que diminuiu vertiginosamente), até grupos musicais, teatrais, literários, etc (que parecem ter entrado em extinção). A cada ano, ficamos mais pobres nesse sentido, a cidade caiu em um profundo sono, e fomos, então, lançados em uma espécie de vazio cultural onde consumimos apenas o que é mais fácil, ou seja, a televisão virou a única atração. Com isso, a arte perde sua identidade regional, crítica e inovadora para assumir um caráter massificado e superficial.

Capela Nova já foi conhecida pelas Cavalhadas, pelas apresentações da banda de música, pelos emocionantes atos religiosos, até cinema Capela Nova já teve! Quando eu era criança, tive a oportunidade de participar dos teatros musicais da Dona Stela César, que sempre apreciou e zelou pela cultura em nosso município. Há alguns anos, com pouco apoio, muita disposição e sob muitas críticas, Leonardo de Paula (o Léo da lan house – e antes do fliperama), orquestrou diversas atividades culturais na cidade, à frente da Pastoral da Juventude. Foram peças teatrais (quem não se lembra dos “Loucos”?), gincanas, torneios diversos, encenações na Semana Santa, além das reuniões entre jovens aos domingos. Mais ou menos na mesma época, criamos o Grêmio Estudantil Herculano Damasceno, que por certo tempo, também deu sua contribuição com atividades semelhantes. Capela Nova tinha a Banda Fênix, a Banda NSD, os Unidos do Samba… Hoje, me corrijam se eu estiver errado, mas somente a Thaís Kiwi se aventura (com muito talento) no mundo da música. Agora me digam, como é que uma cidade como Capela Nova, com uma população jovem tão grande, não tem sequer uma banda? Seja de rock, axé, sertanejo… não importa. Depois que o grupo de dança Expressão de Rua, encerrou suas atividades, quantos se arriscaram a fazer algo parecido? O que está acontecendo? Será que mais ninguém escreve? Desenha? Canta? Dança? Atua? Será que mais  ninguém tem vontade de fazer nada?

Para desenvolver a cultura e trazer a luz da arte para nossas vidas, deve haver em primeiro lugar a vontade e atitude do povo e estas qualidades se intensificam quando o povo é consciente, procura e recebe incentivo. E não se trata apenas de cobrar ações do poder público. Ele certamente, tem sua (grande) parcela de responsabilidade pela manutenção e incentivo à cultura e detém subsídios para tal, mas o desenvolvimento cultural de um povo é uma via de mão dupla e também depende muito de ações coletivas e voluntariedade. Sem isso, as coisas simplesmente não funcionam. E ser voluntário, é algo que grande parte da população capelanovense precisa (re)aprender. Dias atrás, fiquei perplexo ao ver pessoas ligadas ao corpo docente da Escola Chiquinho de Paiva, reclamando após saberem que haveria uma festa junina em um final de semana e precisariam ajudar sem “receber”. Não vou entrar no mérito da questão salarial de professores e funcionários do estado, nem estou discordando que todo mundo trabalha e merece descanso, mas doar um pouco de tempo e colaboração, ainda mais quando se trata de formadores de opinião, não mata ninguém. Felizmente, em meio à má vontade, o evento foi realizado com sucesso e espero que continue por muitos anos. Foi um exemplo rápido, porém bem ilustrativo do que ocorre. Todo mundo reclama da monotonia, da “falta do que fazer”, mas poucos querem ajudar, simplesmente porque “não ganham nada com isso”.

A busca para desenvolver a cultura através da arte parte da atuação de cada um e gera, além de diversão, consciência e por que não, lucro? A arte é luz para o senso crítico! E com essa luz o povo tem em mãos o mais poderoso meio para exigir dos governantes tudo aquilo que existe em todos os planos de governo, por exemplo: Apoio para arte e cultura.  E não falo de mega-shows caríssimos, falo de apoio e espaço para o novo e regional, que ao invés de esporádico, pode ser contínuo e efetivo.No entanto, é preciso tirar a bunda da cadeira e dividir as responsabilidades. Se cada um fizer sua parte, as coisas funcionam, mas é preciso fazer. Criatividade e talento, muita gente tem. O que falta mesmo é vontade.

Foto ilustrativa gentilmente cedida pelo site Capelanovamg

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um aviso aos navegantes

Está lá na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança e a propriedade, nos termos seguintes:
  • IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
  • VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
  • IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Art. 220º A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
  • § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.


      Dessa forma, faço valer meus direitos e a lei e me mantenho firme na condução deste blog. Conforme já disse exaustivamente, posto e postarei aqui minhas opiniões. Acredito no debate como uma valiosa ferramenta de aprimoramento de idéias, e por isso, encorajo a todos a manifestarem suas opiniões, sejam elas favoráveis ou contrárias às minhas. Só não tenho esportiva nem obrigação de debater com quem não tem nome, nem rosto, nem integridade. Se ponho minha “cara à tapa”, espero que alguém que tenha algo a dizer a respeito de meus pontos de vista, também o faça às claras, como eu.

       Assim, para evitar "corajosos" que atacam pessoas e não idéias ou ideais, a área de comentários está fechada para anônimos. E para os voluntariosos patrulheiros do absolutismo, só tenho um recado: vocês não me intimidam. Podem espernear. Eu não ligo. Não escrevo para vocês. Escrevo para quem compreende que falar sobre Capela Nova, está além das figuras administrativas de Juninho, Manoel ou Anísio Lopes de Assis. Escrevo para quem enxerga ou queira enxergar o macro, sem apegos partidários ou "problemas pessoais". Para esses eu escrevo. Com quem incorpora ienas à espera das sobras dos leões eu não perco meu tempo.  E não se esqueçam: se no mundo “real” há recursos e recursos para capturar ratos, imaginem na internet…;)

      quinta-feira, 21 de julho de 2011

      Um pouco sobre Credibilidade e responsabilidade. Ou, o predomínio do paralelismo político dos tempos do café com leite.

      Seja no mundo real ou virtual, falar sobre Capela Nova, sempre deu “ibope”. Ainda mais quando envolve política. (E o que é que não envolve?) Eu que o diga. Depois da recente postagem a respeito da festa do capelanovense 2011, as visitas no blog,  pipocaram. O interessante,  é que mesmo sem comentários postados aqui, fui informado que não disponho de “credibilidade” para falar da forma que abordei o assunto. Provalvelmente, nesta simplória corrente de pensamento, minha declarada postura favorável à atual administração em suas duas eleições, me descredencia a discordar de seus atos ou realizações (ou da ausência deles). Em outras palavras, se não sou “contra”, obrigatoriamente, tenho que ser a favor de tudo. 

      Se esquecem os autores de tão brilhante tese, inspirada nos tempos dos coronéis, que  os arcaicos “ladismo” e “outro-ladismo” terminam no dia da eleição. Depois sobram Representantes e Cidadãos. Todos com papéis muito bem definidos. O Legislativo elabora leis e fiscaliza o executivo. O Executivo administra os interesses públicos e cumpre as leis. E finalmente, nós, Cidadãos, cobramos desses representantes eleitos, atuações consistentes e condizentes com seus papéis. Ou pelo menos assim que deveria ser. Independentemente de ser situação ou oposição. Eu faço a minha parte. Porém, consciente do meu papel. E vem muito mais por aí. Eventuais críticas ligadas à cidade ou sua administração, terão essência construtiva e contrapontos definidos. Não como alguns blogueiros por aí, que se auto-classificam como apreciadores de “pegar no pé”. É isso. Pegar no pé. Tão simples quanto a história da pedra na vidraça. E estariam eles mais credenciados que eu, a expor pensamentos divergentes? Nessa linha pensamento separatista sim. Afinal, são “oposição”. Seja lá o que essa palavra signifique no dicionário oposicionista capelanovense.

      Aliás, por onde tem andado a oposição? Vejo que o lulismo e seus assombros não vigorou só na escala federal. Enquanto nos bastidores, a situação trava suas batalhas pré-eleitoreiras, não se tem notícia da força “alternativa” da oposição. De vez em quando, aparecem alguns gatos pingados virtuais, que gostam de pegar no pé, mas no geral anda sumiiiiida... Eu, que não pego no pé, (também nem sou credenciado pra isso, não é? hehe), em dados momentos, me sinto mais oposição do que a própria.Deve estar revendo conceitos e aponsentado as máximas de dentaduras e tapinhas nas costas, para dar lugar a boas ideias, porque aparecer ano que vem, depois de quatro anos de dormência, com um sorriso amarelo e promessas vazias de mudança, não vai pegar bem, ou vai? Se bem que levando em conta esse “teorema da credibilidade”, contra é contra e a favor é favor. Até debaixo d’água. Mudar é trocar “eles” por “nós”  (ou vice-versa) e pronto. Continuamos na mesma de foguetes, insultos e… só. 

      Eu não “pego no pé”. Eu exerço meu direito de livre expressão das minhas opiniões, satisfações e insatifações. E escrevo sobre o que acho certo e o que acho errado. E escrevo porque posso escrever. Porque não dependo dos aiatolás do pluralismo de um lado só. Essa história de Mezenga ou Berdinazzi, de servidão a qualquer custo, é de uma pequenice tremenda! No dia15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, proclamou a república no Brasil. Portanto, minhas posturas não fazem de mim um reles súdito. Sou cidadão. E é o que todos deveriam ser. Infelizmente, muita gente (inclusive das novas gerações) ainda se enxergam como se fossem um disco de vinil: ou lado A ou lado B. Se esquecem que o desenvolvimento de uma cidade está muito além de revanchismos tolos dos herdeiros da Velha República.

      segunda-feira, 18 de julho de 2011

      Festa do capelanovense 2011

      Enfim, aconteceu a tão aguardada Festa do Capelanovense 2011. E, ao contrário daquilo que apontava o resultado da nossa enquete, as atrações (embora seja esta, uma lógica um tanto quanto simplista), trouxeram, principalmente no sábado, uma grande quantidade de pessoas à cidade. Estimativas não-oficiais e nada metódicas, apontaram em torno de vinte a vinte e cinco mil pessoas presentes. E mesmo que os “olhômetros” tenham sido calibrados a maior, a verdade é que a cidade ficou de fato, muito cheia! Um sucesso! Será mesmo?

      Questionar a política do Pão e Circo é algo mais complexo do que parece; afinal, é uma prática comum desde o século 27 a.C. e sempre deu muito certo. Não é à toa, que dadas raríssimas exceções, todos os governos, em todas as escalas, em todo o mundo, a conservam com zelo. Daqui a pouco, teremos a festa do remediense, do rio-esperense, do carandaiense, do caranaibense...Todas elas, a cada ano, mais sofisticadas e caras. Sendo assim, por que não ter a do capelanovense também?Mesmo que tais festas não tenham utilidades relevantes, ou comprovadamente eficazes em suas “propostas”, convencer alguém que não tê-las é mais negócio, seria como convencer um fumante inveterado e sem aparentes problemas de saúde, a parar de fumar. É a velha máxima do “sempre foi assim”, se fazendo valer.

      De qualquer modo, mesmo erroneamente, considerando a realização de festas, algo tão importante quanto o direito à saúde e/ou à educação de qualidade, as limitações de uma cidade deveriam estar acima de egos inflados e da realização de um evento, com o perdão do trocadilho, “na raça”. Desde a vinda dos Engenheiros do Hawaii, ficou claro que Capela Nova não tem estrutura para eventos desse porte. Ruas estreitas, ausência de estacionamentos, hotéis, restaurantes e principalmente, de um local adequado para tais festas. Tudo isso, mais algumas clássicas falhas de organização, transformam a cidade em um caótico “estouro de boiada”. Infelizmente, o que se viu foi uma infinidade de pessoas sem rumo e muitas vezes sem educação, zanzando pelas ruas, urinando nas portas das casas, desrespeitando os moradores e outros turistas, depredando o patrimônio particular e público, causando brigas e tumultos e, por conseguinte, a insegurança geral. Comparo o que vi, a um ataque de gafanhotos à plantação. E acho que nem é necessário detalhar. Ou será que as dezenas de ocorrências policiais rechaçam minha teoria?
      Não defendo a extinção da festa. Afinal, já dizia a letra:
      A gente não quer só comida
      A gente quer comida
      Diversão e arte
      Penso apenas, que o atual modelo de realização deva ser reavaliado, levando em consideração detalhes importantes, que hoje, são tratados como supérfluos. Não se trata de nada pessoal, apenas faço valer meu ponto de vista, que no momento, está além de divisões partidário-ideológicas.  Uma festa dessas, pode durar três longos dias (como este ano) ou “só” três dias. Depende do modo que as coisas são conduzidas. Logística é tudo. E mais grandioso que trazer a Ivete, a Madonna ou o Metallica, seria viabilizar recursos para um local permanente e bem estruturado para abrigar todos os eventos do município. Isto sim, seria um marco histórico. Difícil? Não há verbas? Se fosse fácil, qualquer um faria. Obstáculos e dificuldades fazem parte da vida. E a vida é a arte de superá-los. Sem mais.