terça-feira, 15 de novembro de 2011

A audiência pública, o dinheiro em vista e os problemas a sumir de vista.


dedonaferida

Participei nesta segunda-feira (14/11), da audiência pública promovida pela Câmara Municipal de Capela Nova, para decidir o destino da “verba extra” adicionada ao Orçamento 2012 para municípios de até 50 mil habitantes. Caberá a Capela Nova, conforme antecipei no artigo anterior, um valor de até R$ 300 mil, que poderão ser aplicados em projetos nas áreas da educação, saúde e infraestrutura.

Tal audiência, que era requisito legal para disponibilização da cifra, (ou seja, sem ela: blau-blau nicolau) aconteceu às 17:00 horas, nas dependências da Escola Municipal Vigário José Duarte e reuniu, entre vereadores e cidadãos, a enorme quantidade de 34 pessoas. Menos de 1% do eleitorado capelanovense. Falha de divulgação? Desinteresse da população? Mesmo tendendo a crer na possibilidade da segunda alternativa, vou insistir na primeira como resposta. Alguns dirão que foi culpa da chuva…

Iniciada a reunião, foram apresentadas algumas (muitas) alternativas nas áreas cabíveis, para aplicação do dinheiro. A partir daí, pude presenciar um valoroso debate (às vezes, embate) de ideias, infelizmente nada comum em nossa cidade. Alguns dos cidadãos presentes, apresentaram um verdadeiro turbilhão de problemas aos nossos representantes legislativos, que ficaram, na maior parte do tempo, encurralados e sem contra-argumentos convincentes.

Foram apontadas necessidades como as de um prédio maior e mais moderno para o ensino básico (que hoje é alugado e por razões legais não pode ser reformado), ampliações e reformas na unidade de saúde, disponibilização de profissionais e equipamentos de saúde, atenção ao ignorado esporte, rede de esgoto, (re)pavimentação de ruas e apoio à decadente e inassistida área agrícola, políticas de geração de empregos, dentre outros.

Nenhum dos presentes renegou avanços, assim como nenhum dos presentes (re)inventou a roda. Tudo o que foi apontado está na ponta da língua de qualquer cidadão consciente. Os velhos e tradicionais problemas, estranhamente encarados como novidades, por quem é escolhido e pago para identificar, pensar e propor soluções.

O anseio dos presentes em expor as necessidades somados às discussões geradas em cada um, estendeu a assembleia a quase 2 horas e meia de duração. O mesmo anseio, por vezes, também levou à perda do foco da reunião: Definir o ONDE gastar de não se sabe QUANTO, não se sabe QUANDO, pois o texto do relator do orçamento não dá garantias de valores exatos, tampouco datas.

Expostos problemas de curto, médio, longo e infinitos prazos, deu-se início à votação do destino do recurso. E no frigir dos ovos, ficou decidido que a “verba” terá o destino que teria se não houvesse decisão alguma: vai para a SAÚDE, com 22 votos. Os demais votos foram 11 para Infraestrutura e (acreditem!) 1 para educação.

Pouco dinheiro para tantas necessidades. De qualquer forma, valeu o espaço, as ideias, a discussão e principalmente, a demonstração que ainda há pessoas que se importam  e buscam zelar  pelo nosso município. Que não seja uma luz propriamente dita, mas pelo menos uma brasinha, ainda há no fim do túnel. Espero sinceramente que nossos representantes não se intimidem e que não seja preciso de uma exigência legal para que proporcionem muitas outras oportunidades como esta. Ficou claro que bons frutos podem render. A partir daí fica a cargo da VONTADE POLÍTICA.

Em relação aos R$ 300 mil, que venham realmente e integralmente! Que sejam bem empregados na saúde (que é uma área que sempre precisa) e que sejamos informados em QUE, QUANTO e QUANDO , foram utilizados. É o mínimo que se espera em uma sociedade democrática de fato.

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