segunda-feira, 18 de julho de 2011

Festa do capelanovense 2011

Enfim, aconteceu a tão aguardada Festa do Capelanovense 2011. E, ao contrário daquilo que apontava o resultado da nossa enquete, as atrações (embora seja esta, uma lógica um tanto quanto simplista), trouxeram, principalmente no sábado, uma grande quantidade de pessoas à cidade. Estimativas não-oficiais e nada metódicas, apontaram em torno de vinte a vinte e cinco mil pessoas presentes. E mesmo que os “olhômetros” tenham sido calibrados a maior, a verdade é que a cidade ficou de fato, muito cheia! Um sucesso! Será mesmo?

Questionar a política do Pão e Circo é algo mais complexo do que parece; afinal, é uma prática comum desde o século 27 a.C. e sempre deu muito certo. Não é à toa, que dadas raríssimas exceções, todos os governos, em todas as escalas, em todo o mundo, a conservam com zelo. Daqui a pouco, teremos a festa do remediense, do rio-esperense, do carandaiense, do caranaibense...Todas elas, a cada ano, mais sofisticadas e caras. Sendo assim, por que não ter a do capelanovense também?Mesmo que tais festas não tenham utilidades relevantes, ou comprovadamente eficazes em suas “propostas”, convencer alguém que não tê-las é mais negócio, seria como convencer um fumante inveterado e sem aparentes problemas de saúde, a parar de fumar. É a velha máxima do “sempre foi assim”, se fazendo valer.

De qualquer modo, mesmo erroneamente, considerando a realização de festas, algo tão importante quanto o direito à saúde e/ou à educação de qualidade, as limitações de uma cidade deveriam estar acima de egos inflados e da realização de um evento, com o perdão do trocadilho, “na raça”. Desde a vinda dos Engenheiros do Hawaii, ficou claro que Capela Nova não tem estrutura para eventos desse porte. Ruas estreitas, ausência de estacionamentos, hotéis, restaurantes e principalmente, de um local adequado para tais festas. Tudo isso, mais algumas clássicas falhas de organização, transformam a cidade em um caótico “estouro de boiada”. Infelizmente, o que se viu foi uma infinidade de pessoas sem rumo e muitas vezes sem educação, zanzando pelas ruas, urinando nas portas das casas, desrespeitando os moradores e outros turistas, depredando o patrimônio particular e público, causando brigas e tumultos e, por conseguinte, a insegurança geral. Comparo o que vi, a um ataque de gafanhotos à plantação. E acho que nem é necessário detalhar. Ou será que as dezenas de ocorrências policiais rechaçam minha teoria?
Não defendo a extinção da festa. Afinal, já dizia a letra:
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
Penso apenas, que o atual modelo de realização deva ser reavaliado, levando em consideração detalhes importantes, que hoje, são tratados como supérfluos. Não se trata de nada pessoal, apenas faço valer meu ponto de vista, que no momento, está além de divisões partidário-ideológicas.  Uma festa dessas, pode durar três longos dias (como este ano) ou “só” três dias. Depende do modo que as coisas são conduzidas. Logística é tudo. E mais grandioso que trazer a Ivete, a Madonna ou o Metallica, seria viabilizar recursos para um local permanente e bem estruturado para abrigar todos os eventos do município. Isto sim, seria um marco histórico. Difícil? Não há verbas? Se fosse fácil, qualquer um faria. Obstáculos e dificuldades fazem parte da vida. E a vida é a arte de superá-los. Sem mais.

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